Não sei se a campanha “A educação precisa de respostas” (do
grupo RBS) me deixa contente ou frustrado. Contente pela discussão que o tema
tem ganhado na sociedade. Frustrado pelas abobrinhas ditas (e escritas) por uns
e outros.
Na edição de 4 de setembro, à página 2, um “ser” escreveu
que a culpa pelo ensino ruim é, sim, do professor. Com suas palavras, ele
colocou todos os professores num saco e os culpou por todas as desgraças na
educação. O que me consola é que uma criatura assim tem, teve, talvez, terá
filhos, parentes mais novos, ou até filhos de amigos que terão de passar por
professores. Sinceramente, espero que sejam professores do tipo “ruins” que ele
mesmo classificou.
À página 19 da mesma edição, temos a opinião de um professor
sobre a guria desbocada Isadora, que resolveu falar dos problemas de sua escola
na Internet e virou um hit. O artigo é certeiro, pois a escola não tem culpa
alguma dos problemas, não pode se defender e ficará, para sempre, como vilã da
história. A guria fotografou a escola; a escola pode fotografar os alunos também
e divulgar? Não. Pois é, como vai responder às agressões da juvenil que não
mediu as conseqüências? O que a tal aluna espera: que os professores façam uma “vaquinha”
para reformar a escola?
Em conclusão, como atesto há anos já, muita gente de fora da
sala de aula critica a educação, dando sugestões furadas e não gerando nenhum
resultado. É tão bom assim se meter no “setor” do outro? Não dá para entender.
Arrumem investimentos primeiro antes de arrumarem mais problemas. E o mais
importante: o lado mais fraco da corda (o professor) não pode salvar o mundo
sozinho. Alguém pode, aliás?
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