Barbudo há quase duas semanas e sentindo os efeitos do frio de lascar aqui do sul, obriguei-me a ir numa barbearia. Nunca havia entrado numa. As lâminas grandes e afiadas sempre foram um temor para mim. Porém não foram elas que me incomodaram.
Sentei-me na cadeira, o barbeiro começou a passar espuma em meu rosto e, obviamente, começou a puxar assunto. “É casado? Quantos anos tem? Mora onde?” Quando veio a mais certeira das questões: “Qual sua profissão?” Respondi: “Sou professor”. E agora, passo a relatar a reação do profissional da lâmina.
“Bah! Se eu tivesse que escolher uma profissão, nunca seria professor, nem brigadiano. O governo não está nem aí para vocês, o salário é uma droga, as escolas estão caindo, os alunos não têm mais respeito por vocês...” e mais uma infinidade de coisas disse o senhor barbeiro, o qual só faltou falar: “Que pena de você”.
Ouvi meio calado a explanação dele e, vez que outra, concordava com algumas coisas. Na real, estava um pouco impossibilitado de falar, devido à espuma e às lâminas. Em síntese, saí, no mínimo, muito frustrado do recinto. Lá voltarei? Não sei.
Contando a colegas de trabalho, refleti: ele não tem razão? Ser professor não está se tornando (ou já se tornou) uma das piores profissões a se ter? Sou idiota por ser professor? Pois é, senhor barbeiro, as lições de vida ocorrem nos lugares mais inusitados...
Pois é Márnei, eu nem me formei ainda e fico pensando: qual foi realmente a motivação que me levou a estudar para ser professora? Sinceramente esqueci. Abraços, Lia.
ResponderExcluirOlá, colega professor!!! Se eu pudesse voltar 30 anos atrás, com certeza repensaría muito sobre nossa tão sonhada profissão da adolescência...Ser Mestre!!! Mas somos mestres na paciência, na resignaçâo, no respeito pela nossa escolha, e tantos outros adjetivos que, com certeza, merecemos! Mas acredito também na verdade do barbeiro...ele é um sábio, e não teve grandes estudos sara chegar a esta conclusão!!!
ResponderExcluirAbraços, amigo Márnei.